Quem passa pelo calçadão do Leme pode ver a rotina diária de um grupo de calceteiros que trabalha na recuperação do calçamento de pedras portuguesas, na lateral do Hotel Hilton. Os trabalhadores refazem todo o calçamento com muito cuidado. A responsabilidade é grande, porque precisam recuperar o traçado em forma e cores proposto por Burle Marx, há 55 anos.
Está é a terceira vez que o calçamento é refeito sob determinação do Patrimônio Histórico. Quem passa no local, consegue ver algumas varinhas demarcando o chão. São elas que garantem o legado de Burle Marx. De acordo com um dos Calceteiros, um responsável pela Obra tem a planta do traçado original e com base no desenho faz traçado no chão e marca com as varinhas para orientar a forma e as cores das pedras que serão colocadas.
Burle Marx criou o atual desenho de pedras portuguesas para a Orla de Copa e Leme, na década de 70. Antes disso, já havia pedras portuguesas na Orla. Elas foram colocadas na Avenida Atlântica, na época da inauguração da via, em 1905. Foi o Prefeito Pereira Passos que criou a Atlântica e mandou importar as pedrinhas de Portugal . Não só isso, trouxe calceteiros que acabaram fazendo o calçadão com pedras nas cores branca e preta, e no mesmo formato de desenho (em ondas) que já se tinha em praça de Portugal. As pedras vermelhas surgiram com a duplicação da Atlântica . Burle Marx fez o desenho para o calçadão central e para o calçadão junto aos prédios, trouxe desenhos mais modernos e incluiu as pedras vermelhas. Se no traçado original, o branco e o preto representam o movimento das ondas. No traçado de Burle Marx, as pedras brancas, pretas e vermelhas significam as etnias da população brasileira .
#pedrasportuguesas #burlemarx