A tradicional feira livre das segundas feiras, na Júlio de Noronha , no Leme, vem enfrentando um processo de esvaziamento. //O número de barracas vem diminuindo a cada ano. // Os feirantes que em sua maioria eram italianos e portugueses foram morrendo e muitos filhos não seguiram os passos da família.
Um feirante que trabalha aqui no Leme há 30 anos, disse chegou ao bairro pelas mãos do Tio e que inicialmente, trabalhou na feira quando ainda era na Gustavo Sampaio. " Era tanta barraca que a feira tinha 3 fileiras. Atrapalhava os prédios, atrapalhava até a gente. Depois viemos aqui para a júlio de Noronha. Eram tantas barraquinhas, que a feira dava a volta na Praça e chegava perto da estátua de Castello branco", relembrou o morador de São Gonçalo que trabalha aqui no Leme e em outras feiras da cidade.
O movimento de antes, não se compara ao movimento atual. Mesmo com o número de barracas reduzindo e o de clientes também, a feira do Leme sobrevive e segue oferecendo os mesmos produtos de qualidade e atendimento especial " A feira é boa. Já foi melhor. Venho sempre para ajudar. Mas se a prefeitura trouxesse serviços para cá, poderia ajudar aos feirantes que são muito bonzinhos", nos contou a Sra Maria , de 80 anos, que há mais de 40 prestigia a feira. Ela criou os filhos com os legumes da feira.
As feiras livres da cidade completam 121 anos em outubro. Foram criadas pelo Prefeito Pereira Passos que propôs um novo modelo urbanístico para o Rio. Na época, O Prefeito proibiu a população de circular sem camisa e sapatos pelas ruas, de fazer fogueiras ou soltar balões em locais públicos , proibiu a circulação de vacas pela cidade para a venda de leite ordenhado na hora e a venda de bilhetes de loteria em locais públicos. Dá para se imaginar que as proibições foram polêmicas. Em contrapartida, Pereira Passos criou as feiras para abastecimento da população. Inicialmente funcionavam em caráter experimental e somente aos domingos e feriados. Em 1916 começaram a ter funcionamento diário e caíram no gosto popular
