Meu Leme Rio de Janeiro

Morador do Leme trouxe Marvel para o Brasil

 

Adolfo Aizen 


Adolfo Aizen foi um dos grandes nomes do cenário editorial do Brasil, na década de 40. Foi jornalista, trabalhou em importantes publicações como O Malho e a Revista Tico Tico. Aizen foi um profissional que nasceu para gerenciar e construiu aquela que foi uma das maiores editoras do país, a Editora Brasil América. A Ebal fez tanto sucesso, que atraía a atenção de políticos e até de Walt Disney. Apesar de tanto glamour, Aizen era um homem simples e amava caminhar pelo calçadão do Leme, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele morava  na Avenida Atlântica, número 880.

Início da carreira.



Em 1933, ganhou concurso do Touring Club  e passagem para Chicago, nos Estados Unidos. Era o começo de tudo. Lá, se reuniu com grandes editores. Fez matérias para o Jornal Correio da Manhã. Na terra das Histórias em Quadrinhos, conheceu Alex Raymond, Milton Caniff  e fechou parcerias no exterior. Voltando ao Brasil, trouxe diversos contratos na bagagem. Era o começo dos encartes de Aizen. O jornalista, agora empresário, começou a publicar encartes de Suplemento Infantil com quadrinhos , no Jornal A Nação. Foi assim que Flash Gordon e o Agente X9  foram apresentados  ao público brasileiro.  

Aizen incomoda Roberto Marinho e conhece a concorrência.

A novidade do lemense despertou a concorrência. Aizen rompeu parceria com A Nação e criou a própria revista chamada Suplemento Juvenil, do Grande Consórcio de Suplementos Ltda. Empresa dele mesmo. Foi um desfile de grandes histórias como Flash Gordon, Mandrake, Rádio Patrulha , Polícia Montada, Lobinho e Mirim. O sucesso despertou a atenção de Roberto Marinho . Ele criou o Globo Juvenil e o Gibi para concorrer com Aizen. O jornalista perdeu para O Globo os contratos que tinha e viu os seus personagens passarem a ser publicados pelo Jornal. Foi o começo de um grande Império

A Ebal – O Reino Encantado das Hqs

Sem o Suplemento, Adolfo Aizen criou em 1945,  a Editora Brasil América. Ela ficava numa sala no Centro da Cidade e logo depois, foi instalada em grande área, no bairro de São Cristóvão, em frente à sede do Clube Vasco da Gama, na  Zona Norte do Rio de Janeiro.

Foto Ebal, reprodução web


 A fachada era toda decorada com motivos infantis e tinha uma grande locomotiva no jardim. Na Ebal dos quase 250 funcionários, vieram Hqs do Walt Disney, a rotogravura O Herói e vieram  personagens como Shena,  e Durango Kid. Logo depois, Superman, Superboy, Batman, Fantasma, Zorro, Homem Aranha, Tom e Jerry, Tarzan e Pato Donald , dentre outros. Vieram também os Clássicos da Literatura Brasileira quadrinizados.

Tudo na Ebal era automático e máquinas vieram da Alemanha. Foi ponto de referência cultural, social e política. Adolfo Aizen recebia diversos políticos para conversas e almoços no refeitório decorado com personagens. A Ebal era chamada de O Reino Encantado das Histórias em Quadrinhos e tinha Museu e sala que registrava com fotos visitas importantes , como de Walt Disney. 

Adolfo Aizen conseguiu parceria inédita com o Jornal A Última Hora, que trouxe Clássicos da Literatura, em formato de tira diária. Ele sobreviveu a um incêndio na Editora , em 1952, mas sucumbiu a crise do papel às vésperas da mudança de regime de governo, em 1964, e aos ataques de jornalistas as Hqs. As vendas foram caindo, Aizen foi perdendo personagens e os negócios não eram mais os mesmos . A empresa tentou renovar o quadrinho nacional com o gênero de Terror. Adolfo Aizen era um incansável. Mas em maio de 1991, o empresário morreu. Os filhos não souberam dar sequência aos trabalhos da Editora. Era o fim da Ebal .

lemeriodejaneiro

Olá! Eu sou Daniela Rodrigues, jornalista, produtora de conteúdo para a Web e Criadora do Blog Meulemeriodejaneiro, feito para divulgar notícias do Leme e do Rio que afetem o nosso bairro. instagram youtube twitter

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